29 de jan. de 2010

A palavra

A palavra pode ser tola
Se assim for o ouvinte
A palavra é um cubo
Se quadrado for quem escreve.
A palavra pode ser plana
Se for áspero o leitor

A palavra, ela sozinha, ela morre.
Os homens a alimentam.
Os loucos desdobram-nas
E às vezes escolhem uma só
pra repetir
e
repetir

As palavras, repetidas, não mais significam

As palavras, quando a emoção estoura,
Recusam-se a aparecer.
Apertam-se no peito, nos pulmões de quem chora.
Com muito esforço, uma silabinha é cuspida.
Tossida.


Palavra é poesia
Se poeta for você, que lê.

A palavra insiste em pulular
Mesmo quando, sem mais ar pelo nariz,
O enternecido moço diz:
Sem palavras...

Nenhum comentário:

Postar um comentário