(Inspirado no filme "Sonhos eróticos de uma noite de verão", do sempre elucidativo e sempre chato Woody Allen)
Num bosque arredio,
Casando amanhã
Os casais, já previstos,
Estavam assim:
A vida e a Morte
Ébrios sofriam
De nunca dormirem
Em camas iguais
O Tempo e o Espaço
Sempre reclamavam
Pois um sempre mata
O que o outro traz
A Arte e a Perícia,
Tão donos de si,
Se degladiavam:
"Quem somos aqui?"
Até que uma brisa,
Ou um vento mais forte,
O tempo mudou
E troxe outra sorte
De modo que a Vida,
De frente pra Arte,
De pronto falou:
"Por que imitar-te?"
De modo que a Arte,
Sem mal respondeu:
"Eu sem você
É a morte do "eu"
O Espaço e a Perícia,
Teóricos reis,
Nem sabem depois
Se são dois ou são seis
E o Tempo e a Morte,
Sozinhos num canto,
Nem bem por acaso,
Nem bem por engano,
Conformam-se ambos:
"Poderíamos nós
Ter algum outro plano?"
1 de ago. de 2010
Assinar:
Postagens (Atom)